Lifan 320 com testes realizados por um leitor, que traz vários detalhes da novidade chinesa.
Lifan 320 Bombardeando o Brasil
O Brasil está sendo bombardeado pelo mercado automotivo chinês. Isso é fato irreversível!
Mas qual será nossa posição em relação aos carros chineses? Tal como o Lifan 320
Os argumentos dos chineses são vários.
Itens de segurança de série (ABS com EBD e Air Bag, Ar-Condicionado), carros recheados com mimos (vidros elétricos, trava e alarme, direção hidráulica, regulagem dos espelhos retrovisores elétricos, entre outros) e claro, o que todo brasileiro gosta, preço baixo.
Alguns modelos chineses tem design duvidoso, outros de grande estúdio (como Pininfarina) e alguns semelhantes aos modelos já conhecidos. Eles usufruem também de tecnologias montadoras que vendem seus projetos de motores e câmbio que já deixaram de ser usados.
O Lifan 320 é um grande exemplo de design “copiado” e tecnologia de motor e câmbio “comprados”. Percebe-se uma semelhança em seu estilo com o famoso Mini, embora seja mais “pobre” em tudo, sua função é chamar atenção por um preço mais acessível.
Impressão:
Gostei: Macio ao rodar (até demais), direção leve e motor que corresponde ao pedal, mesmo com ar ligado.
Pode Melhorar: Acabamento (muito pobre), Direção (muito mole), Nível de Ruído (alto demais).
Conclusão: Por fora encanta, por dentro espanta!
Análise Técnica:do Lifan 320
Direção, Freio e Suspensão: a suspensão é muito suave, e num teste de handling ele deve sair muito de frente. A direção é muito leve, bom para a cidade, ruim para rodovias. Os freios são mostraram-se eficientes, ainda mais com a ajuda do ABS.
Motor e Câmbio: o motor é muito barulhento, e o câmbio é de difícil engate (exige adaptação para se acostumar).
Carroceria: seu design chama atenção por onde passa, confunde as pessoas com o Mini, mas sua simplicidade na construção (acabamento e chassis) trabalha contra num país tropical. Muita rebarba, e a confecção da carroceria é muito pobre, podendo causar ferrugens e folgas excessivas.
Vida a Bordo: o espaço é bom para sua categoria, mas pela falta de regulagem do banco e do volante trabalha contra os mais baixos. Dirigi-lo na cidade é confortável, mas na rodovia deve ser cansativo, com muito ruído de motor e plásticos, principalmente o tampão do porta-malas que não se encaixa bem.
Segurança: freios ABS, duplo Airbag e Ar-Condicionado são itens de série. Abertura automática das portas em caso de colisão, aviso de utilização do cinto de segurança, desembaçador do vidro traseiro, indicador de portas abertas, retrovisores externos elétrico e travamento automático das portas completam os itens de segurança. Falta encosto de cabeça e cinto de três pontos para o terceiro passageiro, regulagem de altura do banco, do volante e cinto de segurança.
Seu Bolso: bem equipado, seguro baixo, e manutenção robusta (tecnologia Toyota para motor e câmbio) espera-se que fique longe das oficinas por problemas simples. As peças de reposição são tão baratas quanto as do Gol, mas por ser carro chinês sua desvalorização será acima do normal, além de não sabermos sua durabilidade em questão de sua carroceria, pintura, acabamento e peças de desgaste natural (buchas, coxins, batentes…).
Test Drive do lifan 320
Fui à concessionária da Lifan, do qual o Grupo Suprema representa, que fica na cidade do automóvel. Ao entrar no Lifan 320 (assim como na maioria dos carros chineses) esqueça aquele cheirinho de carro novo. Não está presente.Ainda não sei o motivo, mas o que mais agrada o brasileiro (carro 0 km e cheiro de carro novo) não são presentes nos carros chineses. Enfim, ao entrar, o contraste com o que o carro te passa do lado de fora não é presente no interior.
Plásticos duros, mal acabados e com rebarbas estão presentes no interior. A ergonomia até que é boa, mas falta ajuste de altura do banco, do volante e principalmente do cinto de segurança. A regulagem do encosto do banco é trabalhosa, e o ajuste de distância do banco não é nada fácil (quem tiver problema na coluna não compre esse carro).
O Lifan 320 agrada os mais altos, porém esqueceu-se dos mais baixos (assim como eu de 1,66 m). O volante ficou bem a frente do belo painel análogo-digital (com iluminação permanente em cor padrão azul), atrapalhando a visão do velocímetro (que é digital). Eu sentar de almofada… Estou fora!
Os comandos são de fácil manuseio, exceto o do retrovisor que parece que vai se soltar (e que balança ao rodar com o carro). O ar-condicionado confunde que está acostumado com os carros nacionais.
Para acionar a temperatura fria, gire o botão no sentido horário. As saídas de ar são de fácil manuseio, e o ar gela o suficiente para amenizar o clima quente e seco de Brasília.
Ao andar com o carro, sinto-me incomodado com o barulho muito alto do motor, e com o engate difícil das marchas (desculpe Lifan, mas estou acostumado com câmbio VW).
E não é frescura, mas demorei em acertar a terceira marcha. Enfim, a dirigibilidade é boa, o motor corresponde bem com seus 88 cv de potência e 11,2 kgfm de torque, dando a relação de Peso/Potência (kg/cv) de 10,79.
Para você ter ideia, o Gol G5 com motor 1.0 tem relação de Peso/Potência de 12,25 enquanto o motor 1.6 tem relação de 9,1. O motor 1.3 16V não sente fadiga quando o ar-condicionado está ligado, e é econômico.
Segundo a Lifan, em testes no Brasil, o Lifan 320 fez 16 km/h na cidade e 20 km/l na rodovia. É questionável, mas só fazendo teste mais específico para saber com precisão. Não cheguei a pegar ruas muito esburacadas, mas no trecho com piso irregular a suspensão absorveu bem.
Mas numa curva fechada que eu fiz, o carro se inclinou demais. Mesmo assim o carro é divertido de se guiar. Agrada pelo espaço interno. Seu porta-malas cabe 300 litros, maior que Gol G5 e Palio G4, mas a abertura da porta do porta-malas é muito curta, sendo em relação ao solo aproximadamente 1,70 metros, além do tampão não ter alça para se levantar com a porta, e ficar “solta” ao passar em piso irregular.
COMMENTS